Fecha os olhos

E abre-se o coração,

Na imensidão 

Dos desejos,

Onde não há razão . . .

Limita-se , pois então,

Á janela, onde almeja

Encontrar a mão . 

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Na fita onde escreve esta caneta

Mais nenhuma outra escreverá,

Palavras que aqui serão ditas

Só o tempo as revelará.

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Meu tesouro sem preço

Mas com tanto valor,

É de ti de onde vem

O meu calor,

És somente tu

Quem eu conheço ! 

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Quando os dias 

Não saem da noite 

És tu quem liga a minha luz ! 

És TUDO para mim:

Meu sol, minha lua, 

Meu céu,  meu mar, 

Meu luar. . .

Meu jeito de amar .

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Porque quem vejo

Não me olha,

Porque quem me vê

Eu não olho...

Não se explica o que escolho,

Coração que crê

Na escrita folha

Timbrada de desejo,

No tanto que almejo

Que saibas as sílabas que lês

Sejam a tua escolha

Antes do meu último bafejo !

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Rejeita o que é aceite

MAS

Aceita o que é rejeitado !

A paz esconde-se na 

Rejeição

O amor encontra-se na 

Aceitação.

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Mulher da vida

Que vives 

Sem ela; 

Presa no peito 

Num colar 

Sem fio; 

Roída dentro 

Dessas cinzas, 

Gritas no silêncio,

Acolhes-te 

No único olhar que 

Conheces, 

Nas patas que te seguram 

Noite após noite, 

Onde a vida te Faz mulher.

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Um dia

Pr'alem dos dias

Tu virás p'ra me

Amar, inteira,

Como sou,

E deixar-me-ás

Repousar, por fim, 

Flutuar.

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Tive medo do escuro 

Mesmo onde havia luz,

Tive medo de ficar

Mesmo onde me queriam amar, 

Hoje tenho medo

De não sentir mais medo.

pb 0132 - 080625

Se aqui não é

O teu lugar:

SAI.

Foge em frente

Como te contornavas

No passado.

A frente não é

O futuro,

Mas a fuga é

A culpa,

Escorregadia, 

Daqueles que fogem

Sob passadeiras vermelhas

Em cima de buracos

Jamais esquecidos.

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Foste naquele tempo

Uma Hera,

De alimento

Sem raíz,

De amor

Mas sem coração.

Foi uma Era

De solidão

Sem flôr.

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